Coração | Vascularização

Artérias coronárias

As artérias coronárias são os vasos responsáveis pela chegada de oxigênio e outros nutrientes ao músculo cardíaco (miocárdio).

Esse suprimento é contínuo e deve adaptar-se às exigências do coração, variando se o indivíduo está em repouso ou sob estresse físico (exercício) ou emocional.

As artérias coronárias têm origem na porção inicial da aorta (grande artéria) e são chamadas artéria coronária direita e artéria coronária esquerda (ou tronco da coronária esquerda).

A artéria coronária esquerda, na grande maioria dos casos, é subdividida em dois ramos: a artéria interventricular anterior, e artéria circunflexa, que se subdividem em ramos menores.

A artéria coronária direita também se subdivide em ramos, porém de menor magnitude que os ramos da coronária esquerda.

NETTER: Frank H. Netter Atlas De Anatomia Humana. 7 ed. Rio de Janeiro, Elsevier, 2018.

Distribuição das artérias coronárias

ACD

Em geral, a área do coração pela qual uma artéria passa será a área que ela perfunde. 

A artéria coronária direita (ACD) passa à direita do tronco pulmonar e corre ao longo do sulco coronário antes de se ramificar. 

A artéria marginal direita surge da ACD e se move ao longo da borda direita e inferior do coração em direção ao ápice

A ACD continua na superfície posterior do coração, ainda correndo ao longo do sulco coronário

A artéria interventricular posterior surge então da ACD e segue o sulco interventricular posterior em direção ao ápice do coração.

ACE

A artéria coronária esquerda (ACE) passa entre o lado esquerdo do tronco pulmonar e a aurícula esquerda

A ACE se divide no ramo interventricular anterior e no ramo circunflexo

ramo interventricular anterior segue o sulco interventricular anterior em direção ao ápice do coração, onde continua na superfície posterior a anastomose com o ramo interventricular posterior. 

ramo circunflexo segue o sulco coronário para a borda esquerda e para a superfície posterior do coração. 

Isso dá origem ao ramo marginal esquerdo, que segue a borda esquerda do coração.

No geral, podemos sintetizar os territórios de irrigação das artérias coronárias:

ACD:

– Átrio direito

– Nó sinoatrial e nó atrioventricular (desta forma, a ACD é denominada de coronária elétrica)

– Parte dos ventrículos direito e esquerdo (face diafragmática)

– Terço posterior do septo interventricular

 

ACE:

– Átrio esquerdo

– Ventrículo esquerdo e parte do ventrículo direito

– Dois terços anteriores do septo interventricular

NETTER: Frank H. Netter Atlas De Anatomia Humana. 7 ed. Rio de Janeiro, Elsevier, 2018.

Veias cardíacas

O sangue viaja do subendocárdio para as veias da superfície, que são pequenos tributários que percorrem o miocárdio. 

Estes, por sua vez, drenam para veias maiores que se esvaziam no  seio coronário . 

O seio coronário é a principal veia do coração, localizada na superfície posterior do  sulco coronário , que corre entre o átrio esquerdo e o ventrículo esquerdo. 

O seio coronário é drenado para o  átrio direito

Dentro do átrio direito, a abertura do seio coronário está localizada entre o orifício atrioventricular direito e o orifício da veia cava inferior.

Existem cinco tributárias que drenam para o seio coronário:

  • veia cardíaca magna (ou v. interventricular anterior) é a principal tributária. 

Ela se origina no ápice do coração e segue o sulco interventricular anterior até o sulco coronário e ao redor do lado esquerdo do coração para unir-se ao seio coronário.

  • veia cardíaca parva também está localizada na superfície anterior do coração. 

Isso passa pelo lado direito do coração para se juntar ao seio coronário.

  • Outra veia que drena o lado direito do coração é a veia cardíaca média (ou v. interventricular posterior). 

Está localizada na superfície posterior do coração.

As 2 veias cardíacas finais também estão na superfície posterior do coração:

  • No lado posterior esquerdo está a veia marginal esquerda .
  • No centro está a veia posterior do ventrículo esquerdo, que corre ao longo do sulco interventricular posterior para se juntar ao seio coronário.
NETTER: Frank H. Netter Atlas De Anatomia Humana. 7 ed. Rio de Janeiro, Elsevier, 2018.
MOORE: Keith L. Anatomia orientada para a clínica. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.

Dominância coronária

Em cerca de 67% das pessoas a artéria coronária direita é o padrão normal de dominância.

A dominância coronária é determinada pela artéria que origina o ramo arterial localizado no sulco interventricular posterior (ou alcançando a cruz cardíaca – cruz de Has).

Em 26% das pessoas a artéria coronária esquerda alcança a cruz cardíaca e seu ramo circunflexo ocupa o sulco interventricular posterior.

A circulação coronária balanceada ocorre em cerca de 7% da população.

A figura ao lado ilustra a face diafragmática do coração. Nessa face podemos localizar os sulcos: interatrial (azul), interventricular posterior (laranja) e coronário (verde). A intersecção dos sulcos forma a cruz cardíaca (cruz cordis)

A dominância coronária direita é a mais comum. Observe na imagem ao lado que a artéria coronária direita alcançar a cruz cardíaca, emitindo o ramo interventricular posterior.

A dominância coronária esquerda ocorre quando o ramo circunflexo da artéria coronária esquerda alcança a cruz cardíaca, formando o ramo interventricular posterior.

Na circulação balanceada, ramos das artérias coronárias direita e esquerda alcançam a cruz cardíaca.

Referências Bibliográficas

DRAKE, Richard L.; VOGL, A. Wayne; MITCHEL, Adam W. M.: Gray’s anatomia clínica para estudantes. 3 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.

HALL, John Edward; GUYTON, Arthur C. Guyton & Hall tratado de fisiologia médica. 13 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.

NETTER: Frank H. Netter Atlas De Anatomia Humana. 5 ed. Rio de Janeiro, Elsevier, 2011.

MOORE: Keith L. Anatomia orientada para a clínica. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.

SOBOTTA: Sobotta J. Atlas de Anatomia Humana. 21 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.

TORTORA, Gerard. J.; DERRICKSON, Bryan. Princípios de Anatomia e fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.

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