Coração | Valvas cardíacas

Os óstios atrioventriculares são providos de dis­positivos que permitem a passagem do sangue somen­te do átrio para o ventrículo: são as valvas atrioven­triculares direita e esquerda.

A valva é formada por uma lâmina de tecido conjuntivo denso, recoberta em ambas as faces pelo endocárdio.

Esta lâmina é descontínua, apresentando sub­divisões incompletas, as quais recebem o nome de vál­vulas ou cúspides.

A valva átrio-ventricular direita pos­sui três válvulas e é conhecida como valva tricúspide

A valva atrioventricular esquerda apresenta duas válvulas e a chamam de valva bicúspide ou mitral.

NETTER: Frank H. Netter Atlas De Anatomia Humana. 7 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2021.

Esqueleto cardíaco

Também conhecido como esqueleto ou anel fibroso.

Consiste de uma massa continua de tecido conjun­tivo fibroso que circunda os óstios atrioventriculares e os óstios do tronco pulmonar e da a. aorta.

Nele se inserem as valvas dos orifícios atrioventriculares e dos orifícios arteriais, além de camadas musculares.

MOORE: Keith L. Anatomia orientada para a clínica. 8 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2022.
NETTER: Frank H. Netter Atlas De Anatomia Humana. 7 ed. Rio de Janeiro, Elsevier, 2018.

Abertura e fechamento das valvas

No início da diástole ventricular ou sístole atrial as valvas da aorta e do tronco pulmonar são fechadas e as valvas atrioventriculares direita (tricúspide) e esquerda (mitral) se abrem como visto em B

Logo após o início da sístole (contração e esvaziamento ventriculares), as valvas atrioventriculares direita e esquerda se fecham e as valvas da aorta e do tronco pulmonar se abrem (C). 

D – Influência da pressão/fluxo do sangue na abertura e no fechamento normais da valva atrioventricular esquerda (valva mitral).

MOORE: Keith L. Anatomia orientada para a clínica. 8 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2022.

Valvas AV

As cordas tendíneas originam-se dos ápices dos músculos papilares, que são projeções musculares cônicas com bases fixadas à parede ventricular. 

Os músculos papilares começam a se contrair antes da contração do ventrículo direito, tensionando as cordas tendíneas e aproximando as válvulas. 

Como as cordas estão fixadas a faces adjacentes de duas válvulas, elas evitam a separação das válvulas e sua inversão quando é aplicada tensão às cordas tendíneas e mantida durante toda a contração ventricular (sístole) – isto é, impede o prolapso (entrada no átrio direito) das válvulas da valva atrioventricular direita quando a pressão ventricular aumenta. 

Assim, a regurgitação (fluxo retrógrado) de sangue do ventrículo direito para o átrio direito durante a sístole ventricular é impedida pelas válvulas.

Valvas semilunares

As três válvulas semilunares da valva do tronco pulmonar (anterior, direita e esquerda), bem como as válvulas semilunares da valva da aorta (posterior, direita e esquerda), são côncavas quando vistas superiormente. 

As valvas semilunares não têm cordas tendíneas para sustentá-las. 

Têm área menor do que as válvulas das valvas AV, e a força exercida sobre elas é menor que a metade da força exercida sobre as válvulas das valvas atrioventriculares direita e esquerda. 

As válvulas projetam-se para a artéria, mas são pressionadas em direção (e não contra) às suas paredes quando o sangue deixa o ventrículo. 

Após o relaxamento do ventrículo (diástole), a retração elástica da parede do tronco pulmonar ou da aorta força o sangue de volta para o coração. 

No entanto, as válvulas fecham-se com um estalido, como um guarda-chuva apanhado pelo vento, quando há inversão do fluxo sanguíneo. 

Elas se aproximam para fechar por completo o óstio, sustentando umas às outras quando suas bases se tocam (encontram) e evitando o retorno de qualquer quantidade significativa de sangue para o ventrículo.

MOORE: Keith L. Anatomia orientada para a clínica. 8 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2022.
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