Os rins são órgãos retroperitoneais, localizados paralelos à coluna verterbral (entre as vértebras TXII e LIII).
Os rins têm coloração marrom-avermelhada e medem cerca de 10 cm de comprimento, 5 cm de largura e 5,5 cm de espessura.
O rim direito tem uma posição mais inferior em relação ao rim esquerdo (devido à presença do fígado), sendo possível, palpar o rim direito por uma manobra bimanual.
Em sua configuração externa, o rim apresenta um polo superior (relacionado com a glândula suprarrenal), um polo inferior;
Uma face posterior (relacionada com os músculos da parede posterior do abdome), uma face anterior (relacionada com vísceras abdominais), uma margem lateral (convexa) e uma margem medial (côncava).
Na margem medial do rim há uma abertura vertical, denominada de hilo renal.
O hilo renal se prolonga internamente, formando o seio renal.
Estruturas anatômicas atravessam o hilo renal, o conjunto de estruturas é denominado de pedículo renal (constituído pela: veia renal, artéria renal, pelve renal, linfáticos e nervos).
O plano transpilórico (plano transversal que passa na altura da LI), passa pelo polo superior do rim direito e próximo ao hilo do rim esquerdo.
Os níveis dos rins modificam-se durante a ventilação e com mudanças posturais.
Cada rim move-se 2 a 3 cm em direção vertical durante o movimento do diafragma na inspiração profunda.
Como o acesso cirúrgico habitual aos rins é através da parede posterior do abdome, convém
saber que o polo inferior do rim direito está aproximadamente um dedo superior à crista ilíaca.
Sintopia dos rins
Os rins se relacionam como m. diafragma (póstero-superiormente).
O m. diafragma separa os rins das cavidades pleurais e do 12º par de costelas.
Inferiormente, as faces posteriores do rim têm relação com os músculos: psoas maior medialmente e quadrado do lombo.
As relações das faces anteriores dos rins são com as vísceras abdominais:
- Relações viscerais do rim direito: Glândula suprarrenal direita, fígado, duodeno, colo ascendente e jejuno.
- Relações viscerais do rim esquerdo: Glândula suprarrenal esquerda, estômago, baço, pâncreas, colo descendente e jejuno.
Envoltórios dos rins
Diretamente aderido à superfície renal localizamos a cápsula fibrosa.
Acima da cápsula renal observamos a gordura perirrenal (ou cápsula adiposa) circunda os rins e seus vasos, estendendo-se até o hilo renal, invadindo o hilo renal e preenchendo os seios renais.
A gordura perirrenal é um elemento importante na sustentação do rim em posição normal.
Os rins, as glândulas suprarrenais e a gordura perirrenal que os circunda estão encerrados por uma camada membranácea e condensada (de tecido conjuntivo) denominada de fáscia renal, que se continua medialmente e envolve os vasos renais, fundindo-se com as bainhas vasculares desses últimos.
Infêro-medialmente, uma extensão delicada da fáscia renal prolonga-se ao longo do ureter como a fáscia periureteral.
Externamente à fáscia renal está a gordura pararrenal (corpo adiposo pararrenal), que é constituída da gordura extraperitoneal da região lombar, que é mais visível posteriormente ao rim.
Anatomia interna dos rins
Internamente podemos dividir o rim em uma região denominada medula renal e, outra região de posição mais periférica denominada de córtex renal.
O córtex renal é subcapsular (abaixo da cápsula fibrosa).
Parte do córtex se projeta em direção a região interna do rim, formando as colunas renais.
As colunas renais dividem a medular renal.
Desta forma, a medula passa a ter um formato de pirâmida (pirâmide renal).
A pirâmides renais apresentam uma base (voltada para o córtex renal) e um ápice (denominado de papila renal), voltado para o hilo do rim.
A papila renal apresenta diversos orifícios oriundos dos ductos coletores dos néfrons.
Conectado a cada papila renal localizamos os cálices renais menores, que recebem a urina das papilas renais.
Os cálices renais menores se confluem para formar os cálices renais maiores.
A junção dos cálices renais maiores forma a pelve renal.
A pelve renal é a expansão afunilada e achatada da extremidade superior do ureter.
A pelve renal recebe dois ou três cálices renais maiores.
Nas pessoas vivas, a pelve renal e seus cálices geralmente estão colapsados (vazios).
As pirâmides e o córtex associado formam os lobos renais.
Vascularização dos rins
Artérias
As artérias renais originam-se no nível do disco intervertebral entre as vértebras L I e L II.
A artéria renal direita é mais longa e passa posteriormente à veia cava inferior.
Normalmente, cada artéria divide-se perto do hilo renal em cinco artérias segmentares, que são artérias terminais.
Essas artérias segmentares não fazem anastomoses significativas com outras artérias segmentares, de modo que a área suprida por cada artéria segmentar é uma unidade independente, cirurgicamente ressecável ou segmento renal.
As artérias segmentares são distribuídas para os segmentos renais do seguinte modo:
O segmento superior (apical) é irrigado pela artéria apical;
Os segmentos anterossuperior e anteroinferior são supridas pelas artérias segmentares anterossuperior e anteroinferior;
O segmento inferior é irrigado pela artéria segmentar inferior;
O segmento posterior do rim é suprido pela artéria segmentar posterior.
As artérias segmentares se dividem em artérias interlobares (atravessando os lobos dos rins).
Quando alcançam a base das pirâmides as artérias interlobares formam as artérias arqueadas, que se curvam e acompanham a base das pirâmides renais.
Das artérias arqueadas originam-se as artérias interlobulares.
Veias
Diversas veias renais drenam cada rim e se unem de modo variável para formar as veias renais direita e esquerda; estas situam-se anteriormente às artérias renais.
A veia renal esquerda, mais longa, recebe a veia suprarrenal esquerda, a veia gonadal (testicular ou ovárica) esquerda e uma comunicação com a veia lombar ascendente, e depois atravessa o ângulo agudo entre a artéria mesentérica superior anteriormente e a aorta posteriormente.
As veias renais drenam para a veia cava inferior.
Referências Bibliográficas
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