Como toda ciência, a anatomia tem sua linguagem própria.
Ao conjunto de termos empregados para designar e descrever o organismo ou suas partes dá-se o nome de Nomenclatura Anatômica.
Com o extraordinário acúmulo de conhecimentos no final do século passado, graças aos trabalhos de importantes “escolas anatômicas” (sobretudo na Itália, França, Inglaterra e Alemanha), as mesmas estruturas do corpo humano recebiam denominações diferentes nestes centros de estudos e pesquisas.
Em razão desta falta de metodologia e de inevitáveis arbitrariedades, mais de 20.000 termos anatômicos chegaram a ser consignados (hoje reduzidos a pouco mais de 5.000).
Em 1955, em Paris, foi aprovada oficialmente a Nomenclatura Anatômica, conhecida sob a sigla de P.N.A. (Paris Nomina Anatômica).
Revisões subsequentes foram feitas em 1960, 1965 e 1970, visto que a nomenclatura anatômica tem caráter dinâmico, podendo ser sempre criticada e modificada, desde que haja razões suficientes para as modificações e que estas sejam aprovadas em Congressos Internacionais de Anatomia, realizada de cinco em cinco anos.
A língua oficialmente adotada é o latim (por ser “língua morta”), porém cada país pode traduzi-la para seu próprio vernáculo.
Ao designar uma estrutura do organismo, a nomenclatura procura adotar termos que não sejam apenas sinais para a memória, mas tragam também alguma informação ou descrição sobre a referida estrutura.
Dentro deste princípio, foram abolidos os epônimos (nome de pessoas para designar coisas) e os termos indicam:
A forma (músculo trapézio);
A sua posição ou situação (nervo mediano);
O seu trajeto (artéria circunflexa da escápula);
As suas conexões ou inter-relações (ligamento sacro-ilíaco);
A sua relação com o esqueleto (artéria radial);
Sua função (m. levantador da escápula);
Critério misto (m. flexor superficial dos dedos-função e situação).
Entretanto, há nomes impróprios ou não muito lógicos que foram conservados, porque estão consagrados pelo uso (fígado, por exemplo, tem etimologia discutida).
Abreviações utilizadas na anatomia
Singular
A. – artéria
Art. – Articulação
B. – Bolsa
Fasc. – fascículo
For. – Forame
Ggl. – Gânglio
Gl. – glândula
Lig. – ligamento
Ln. – Linfonodo
M. – músculo
MI – Membro inf. (dir. / esq.) MID / MIE
MS – Membro sup. (dir. / esq.) – MSD / MSE
N. – nervo
Proc. – Processo
R. – ramo
Rec. – Recesso
Reg. – Região
Sut. – Sutura
Tuberc. – Tubérculo
Tuberos. – Tuberosidade
V. – veia
Vag. – Vagina (“bainha”)
Plural
Aa. — artérias
Artt. – Articulações
Bb. – Bolsas
Fascc. – fascículos
Forr. – Forames
Ggl. – Gânglios
Gll. – glândulas
Ligg. — ligamentos
Lnn. – Linfonodos
Mm. — músculos
MMII – Membros inferiores
MMSS – Membros superiores
Nn. — nervos
Procc. – Processos
Rr. — ramos
Recc. – Recessos
Regg. – Regiões
Sutt. – Suturas
Tubercc. – Tubérculos
Tubeross. – Tuberosidades
Vv. — veias
Vagg. – Vaginas (“bainhas”)