Osso fêmur

O maior osso do esqueleto é classifica­do como um osso longo, apresentando portanto duas epífises, proximal e distal, e um corpo, ou diáfise.

O fêmur articula-se pela sua extremidade pro­ximal com o osso do quadril e pela extremidade dis­tal com a tíbia.

Observe no esqueleto articulado que, em virtude das articulações dos quadris serem muito afastadas, devido à construção da pelve, os fê­mures dirigem-se inferior, medial e anteriormente, convergindo para os joelhos e formando com as tíbias um ângulo obtuso.

Examine a extremidade proximal do fê­mur e localize a cabeça do fêmur, esferóide.

Veja em um esqueleto articulado como ela se encaixa no acetábulo do osso do quadril.

A cabeça do fêmur apresenta uma pequena depressão, a fóvea da cabeça do fêmur onde se fixa um dos ligamentos da articulação do quadril, o ligamen­to da cabeça do fêmur.

A conexão da cabeça femo­ral com o corpo do osso faz-se pelo colo do fêmur: repare como ele se dirige superior, medial e um pouco anteriormente.

Na verdade, o colo do fêmur é um prolongamento do corpo do os­so, tanto no seu desenvolvimento quanto na sua ossificação e estrutura.

Assim, no nascimento o colo é curto e espesso, alongando-se a medida que o osso se desenvolve.

Do mesmo modo, o ângulo que o eixo longitudinal do colo forma com o eixo longitudinal da diáfise, denominado ângulo de inclinação, varia com o cresci­mento do osso, sendo mais aberto nos jovens.

NETTER: Frank H. Netter Atlas De Anatomia Humana. 7 ed. Rio de Janeiro, Elsevier, 2018.

Uma diminuição acentuada deste ângulo re­sulta numa condição conhecida como coxa vara (qua­dril inclinado).

O aumento exagerado do ângulo de inclinação é conhecido como coxa valga.

Muitos vasos de pequeno calibre penetram no colo do fêmur e constituem a fonte mais importante de irrigação da cabeça do fêmur.

Nas fraturas do colo, e são bas­tante frequentes, estes vasos podem ser lesados, re­sultando eventualmente na necrose da cabeça do fêmur.

O exame cuidadoso do ponto de união do colo com o corpo do fêmur, em vista anterior, mostra uma linha saliente, a linha intertrocantérica, mascarada lateral e superiormente pela pre­sença de uma grande massa óssea, o trocânter maior.

Vê-se, pois, que o trocânter maior está justaposto à base do colo do fêmur.

Observado pela face poste­rior, o trocânter maior, na sua parte mais superior recobre urna depressão profunda, a fossa trocantérica e está em conexão com uma projeção óssea menor e medial, o trocânter menor, através da crista intertrocantérica.

NETTER: Frank H. Netter Atlas De Anatomia Humana. 7 ed. Rio de Janeiro, Elsevier, 2018.

O corpo do fêmur  (diáfise)  tem uma secção de forma aproximadamente   triangular no terço médio e, assim, apresenta as faces anterior, medial e lateral.

As faces medial e lateral, estão delimitadas, posteriormente pela linha áspera, que é bastante visível.

Observe a linha áspera no terço médio do corpo femural: note que ela é dupla, podendo-se distinguir um lábio medial e outro lateral.

No terço médio os lábios estão muito próximos mas nos terços proximal e distal eles tendem a divergirem.

No terço proximal ocorre uma bifurcação da linha áspera: o terço medial dirige-se para o trocânter menor e denomina-se linha pectínea; por sua vez o lábio lateral divergente é substituído por uma crista larga rugosa a qual recebe o nome de tuberosidade glútea.

No terço distal  os lábios medial e lateral da linha áspera divergem,  delimitando entre eles uma superfície triangular, a face poplítea.

As linhas diver­gentes recebem o nome de linhas supracondilares, medial e lateral.

Examine agora a epífise distal e repare como ela se expande em duas mas­sas volumosas, os côndilos medial e lateral do fêmur.

Note que estão unidos anteriormente numa superfí­cie lisa, a face patelar, para receber a patela.

O contato da patela com a face patelar dá-se quando a perna está totalmente fletida.

Vistos posteriormen­te, os côndilos do fêmur mostram-se separados pela fossa intercondilar.

Repare que na par­te mais superior do côndilo medial apresenta-se uma projeção óssea denominada tubérculo adutor.

Observe na figura que ambos os côndilos apresentam pe­quena projeção nas suas superfícies não articulares, denominadas epicôndilos medial e lateral.

Referências Bibliográficas

DRAKE, Richard L.; VOGL, A. Wayne; MITCHEL, Adam W. M.: Gray’s anatomia clínica para estudantes. 3 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.

HALL, John Edward; GUYTON, Arthur C. Guyton & Hall tratado de fisiologia médica. 13 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.

NETTER: Frank H. Netter Atlas De Anatomia Humana. 7 ed. Rio de Janeiro, Elsevier, 2018.

MOORE: Keith L. Anatomia orientada para a clínica. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.

SOBOTTA: Sobotta J. Atlas de Anatomia Humana. 21 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.

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