Rins

Os rins são órgãos retroperitoneais, localizados paralelos à coluna verterbral (entre as vértebras TXII e LIII). 

Os rins têm coloração marrom-avermelhada e medem cerca de 10 cm de comprimento, 5 cm de largura e 5,5 cm de espessura. 

O rim direito tem uma posição mais inferior em relação ao rim esquerdo (devido à presença do fígado), sendo possível, palpar o rim direito por uma manobra bimanual.

 

Em sua configuração externa, o rim apresenta um polo superior (relacionado com a glândula suprarrenal), um polo inferior; 

Uma face posterior (relacionada com os músculos da parede posterior do abdome), uma face anterior (relacionada com vísceras abdominais), uma margem lateral (convexa) e uma margem medial (côncava). 

Na margem medial do rim há uma abertura vertical, denominada de hilo renal

O hilo renal se prolonga internamente, formando o seio renal

Estruturas anatômicas atravessam o hilo renal, o conjunto de estruturas é denominado de pedículo renal (constituído pela: veia renal, artéria renal, pelve renal, linfáticos e nervos). 

SCHUNKE, Michael. Prometheus, Anatomia geral e sistema locomotor. 4 ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2019.

plano transpilórico (plano transversal que passa na altura da LI), passa pelo polo superior do rim direito e próximo ao hilo do rim esquerdo. 

Os níveis dos rins modificam-se durante a ventilação e com mudanças posturais

Cada rim move-se 2 a 3 cm em direção vertical durante o movimento do diafragma na inspiração profunda. 

Como o acesso cirúrgico habitual aos rins é através da parede posterior do abdome, convém
saber que o polo inferior do rim direito está aproximadamente um dedo superior à crista ilíaca.

MOORE: Keith L. Anatomia orientada para a clínica. 8 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.

Sintopia dos rins

Os rins se relacionam como m. diafragma (póstero-superiormente). 

O m. diafragma separa os rins das cavidades pleurais e do 12º par de costelas. 

Inferiormente, as faces posteriores do rim têm relação com os músculos: psoas maior medialmente e quadrado do lombo.

 

As relações das faces anteriores dos rins são com as vísceras abdominais:

  • Relações viscerais do rim direito: Glândula suprarrenal direita, fígado, duodeno, colo ascendente e jejuno.
  • Relações viscerais do rim esquerdo: Glândula suprarrenal esquerda, estômago, baço, pâncreas, colo descendente e jejuno.
NETTER: Frank H. Netter Atlas De Anatomia Humana. 7 ed. Rio de Janeiro, Elsevier, 2018.

Envoltórios dos rins

Diretamente aderido à superfície renal localizamos a cápsula fibrosa

Acima da cápsula renal observamos a gordura perirrenal (ou cápsula adiposa) circunda os rins e seus vasos, estendendo-se até o hilo renal, invadindo o hilo renal e preenchendo os seios renais. 

A gordura perirrenal é um elemento importante na sustentação do rim em posição normal.

Os rins, as glândulas suprarrenais e a gordura perirrenal que os circunda estão encerrados por uma camada membranácea e condensada (de tecido conjuntivo) denominada de fáscia renal, que se continua medialmente e envolve os vasos renais, fundindo-se com as bainhas vasculares desses últimos. 

Infêro-medialmente, uma extensão delicada da fáscia renal prolonga-se ao longo do ureter como a fáscia periureteral

Externamente à fáscia renal está a gordura pararrenal (corpo adiposo pararrenal), que é constituída da gordura extraperitoneal da região lombar, que é mais visível posteriormente ao rim.

MOORE: Keith L. Anatomia orientada para a clínica. 8 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.

Anatomia interna dos rins

Internamente podemos dividir o rim em uma região denominada medula renal e, outra região de posição mais periférica denominada de córtex renal.

O córtex renal é subcapsular (abaixo da cápsula fibrosa). 

Parte do córtex se projeta em direção a região interna do rim, formando as colunas renais

As colunas renais dividem a medular renal

Desta forma, a medula passa a ter um formato de pirâmida (pirâmide renal).

A pirâmides renais apresentam uma base (voltada para o córtex renal) e um ápice (denominado de papila renal), voltado para o hilo do rim. 

A papila renal apresenta diversos orifícios oriundos dos ductos coletores dos néfrons. 

Conectado a cada papila renal localizamos os cálices renais menores, que recebem a urina das papilas renais. 

Os cálices renais menores se confluem para formar os cálices renais maiores

A junção dos cálices renais maiores forma a pelve renal.

A pelve renal é a expansão afunilada e achatada da extremidade superior do ureter. 

A pelve renal recebe dois ou três cálices renais maiores. 

Nas pessoas vivas, a pelve renal e seus cálices geralmente estão colapsados (vazios). 

As pirâmides e o córtex associado formam os lobos renais.

NETTER: Frank H. Netter Atlas De Anatomia Humana. 7 ed. Rio de Janeiro, Elsevier, 2018.

Vascularização dos rins

Artérias

As artérias renais originam-se no nível do disco  intervertebral entre as vértebras L I e L II. 

A artéria renal direita é mais longa e passa posteriormente à veia cava inferior. 

Normalmente, cada artéria divide-se perto do hilo renal em cinco artérias segmentares, que são artérias terminais.

Essas artérias segmentares não fazem anastomoses significativas com outras artérias segmentares, de modo que a área suprida por cada artéria segmentar é uma unidade independente, cirurgicamente ressecável ou segmento renal. 

 

As artérias segmentares são distribuídas para os segmentos renais do seguinte modo:

O segmento superior (apical) é irrigado pela artéria apical; 

Os segmentos anterossuperior e anteroinferior são supridas pelas artérias segmentares anterossuperior e anteroinferior; 

O segmento inferior é irrigado pela artéria segmentar inferior; 

O segmento posterior do rim é suprido pela artéria segmentar posterior.

NETTER: Frank H. Netter Atlas De Anatomia Humana. 7 ed. Rio de Janeiro, Elsevier, 2018.
NETTER: Frank H. Netter Atlas De Anatomia Humana. 7 ed. Rio de Janeiro, Elsevier, 2018.

As artérias segmentares se dividem em artérias interlobares (atravessando os lobos dos rins). 

Quando alcançam a base das pirâmides as artérias interlobares formam as artérias arqueadas, que se curvam e acompanham a base das pirâmides renais. 

Das artérias arqueadas originam-se as artérias interlobulares.

NETTER: Frank H. Netter Atlas De Anatomia Humana. 7 ed. Rio de Janeiro, Elsevier, 2018.

Veias

Diversas veias renais drenam cada rim e se unem de modo variável para formar as veias renais direita e esquerda; estas situam-se anteriormente às artérias renais. 

A veia renal esquerda, mais longa, recebe a veia suprarrenal esquerda, a veia gonadal (testicular ou ovárica) esquerda e uma comunicação com a veia lombar ascendente, e depois atravessa o ângulo agudo entre a artéria mesentérica superior anteriormente e a aorta posteriormente. 

As veias renais drenam para a veia cava inferior.

MOORE: Keith L. Anatomia orientada para a clínica. 8 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.

Referências Bibliográficas

DRAKE, Richard L.; VOGL, A. Wayne; MITCHEL, Adam W. M.: Gray’s anatomia clínica para estudantes. 3 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.

HALL, John Edward; GUYTON, Arthur C. Guyton & Hall tratado de fisiologia médica. 13 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.

NETTER: Frank H. Netter Atlas De Anatomia Humana. 7 ed. Rio de Janeiro, Elsevier, 2018.

MOORE: Keith L. Anatomia orientada para a clínica. 8 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.

SOBOTTA: Sobotta J. Atlas de Anatomia Humana. 3 ed. traduzida. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.

SCHÜNKE, Michael. Prometheus, Coleção – Atlas de Anatomia 3 Volumes. Janeiro: Guanabara Koogan, 2019.

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