Veias do abdome

A drenagem venosa do abdome é mediada principalmente pelo sistema venoso portal e pela veia cava inferior (VCI). 

Esses dois sistemas são separados um do outro na drenagem de órgãos, mas se unem proximalmente ao hiato diafragmático da VCI para devolver o sangue do abdome e da pelve ao átrio direito. 

A drenagem venosa da pelve é amplamente mediada pelas veias ilíacas comuns, que se unem para formar a VCI. 

É importante lembrar que a vasculatura venosa abdominal e pélvica é altamente variável.

Circulação venosa portal

O sistema venoso portal é composto pelas veias que drenam as vísceras abdominais, baço, pâncreas e vesícula biliar

Quase 80% da entrada hepática provém da veia porta. 

O sangue visceral entra no fígado através da veia porta hepática, que ramifica para veias de menor calibre, chegando finalmente ao nível sinusoidal hepático. 

A partir daí, o sangue pós-sinusoidal é drenado para as veias hepáticas, que direcionam todo o fluxo venoso do fígado para o VCI e a circulação sistêmica.

Veia Porta Hepática

A veia porta hepática (VPH) tem aproximadamente 7 a 8 cm de comprimento em adultos e é formada pela união da veia esplênica e da veia mesentérica superior ao nível da segunda vértebra lombar.  

Fica posterior à cabeça pancreática e anterior à VCI

A VPH entra no fígado, passando posterior e medialmente ao ducto biliar e posterior e lateral à artéria hepática. 

Se divide nas veias porta direita e esquerda. 

No adulto, a veia porta hepática e seus afluentes são desprovidas de válvulas. 

No entanto, no feto e por um breve período pós-parto, as válvulas podem ser encontradas nas tributários portais.

NETTER: Frank H. Netter Atlas De Anatomia Humana. 5 ed. Rio de Janeiro, Elsevier, 2011.

Convencionalmente, a VP direita recebe primeiro o sangue retornando da veia cística e entra no lobo hepático direito, onde se divide em troncos anterior e posterior, fornecendo aos segmentos hepáticos 5 a 8. 

A VP esquerda, que é mais longa, mas geralmente menor em calibre, é discutido em termos de uma porção transversal mais proximal e uma porção umbilical mais distal, fornece aos segmentos hepáticos 1 a 4. 

Ao longo de seu curso, a VP esquerda funde-se com as veias paraumbilicais e ligamento redondo (veia umbilical esquerda obliterada) e é unido à VCI pelo ligamento venoso (ducto venoso obliterado).

O influxo para a VPH é fornecido pelas veias mesentérica superior, esplênica, gástrica direita, gástrica esquerda (coronária), paraumbilical e cística.

NETTER: Frank H. Netter Atlas De Anatomia Humana. 5 ed. Rio de Janeiro, Elsevier, 2011.

A veia mesentérica superior (VMS) drena o intestino delgado, o ceco, o apêndice e as porções ascendente e transversal do intestino grosso. 

O seu curso é posterior à cabeça do pâncreas e ao segmento horizontal do duodeno e fica anterior à VCI. 

A VMS se une à veia esplênica para formar a VPH.

As tributárias da VMS incluem as veias jejunal, ileal, ileocólica, cólica direita e cólica média. 

As veias jejunal e ileal recebem o nome de suas respectivas artérias e estão em conformidade com a mesma distribuição de arcada. 

Elas drenam o jejuno e o íleo para a VMS, geralmente no lado esquerdo.

A veia ileocólica é formada pela união das veias cecal anterior e posterior, veias apendiculares, última veia ileal e veia cólica. 

A veia ileocólica pode se anastomozar com as veias ileais e cólica direita e, eventualmente, drena para o VMS à direita.

A veia cólica direita drena o cólon direito e pode anastomosar-se com as veias cólicas ileocólicas e cólicas médias na VMS . 

A veia cólica média drena o cólon transverso através de seus ramos esquerdo e direito.

A veia gastroepiplóica direita percorre a maior curvatura do estômago e drena o omento maior,  corpo distal e antro do estômago para a VMS. 

Pode formar conexões com a veia gastroepiplóica esquerda e pode servir como circulação colateral no cenário de trombose da veia esplênica.

As veias pancreático-duodenais drenam a cabeça do pâncreas e a parede duodenal para a VMS. 

Essas veias estão de acordo com a mesma anatomia das artérias pancreático-duodenais, com arcadas venosas anterior e posterior entre as veias pancreático-duodenal superior e inferior.

NETTER: Frank H. Netter Atlas De Anatomia Humana. 5 ed. Rio de Janeiro, Elsevier, 2011.

Veia Cística

A veia cística drena a vesícula biliar para a VP direita.

Veias gástricas

A veia gástrica direita percorre a curvatura menor do estômago, drenando o estômago para a VPH. 

A veia gástrica esquerda (veia coronária) drena as paredes gástricas para a VPH. 

Também se conecta à veia esofágica inferior através de múltiplas anastomoses.

NETTER: Frank H. Netter Atlas De Anatomia Humana. 5 ed. Rio de Janeiro, Elsevier, 2011.

Veias Paraumbilicais

As veias paraumbilicais são pequenas em calibre e em número variável e são encontradas estendendo-se ao longo do ligamento redondo e ligamento umbilical mediano. 

Essas veias curtas conectam as veias da parede abdominal anterior ao sistema venoso portal. 

Como tal, elas podem oferecer circulação venosa colateral no caso de obstrução portal.

NETTER: Frank H. Netter Atlas De Anatomia Humana. 5 ed. Rio de Janeiro, Elsevier, 2011.

Referências Bibliográficas

BONTRAGER: Kenneth L.;  John P.  Manual Prático de Técnicas e Posicionamento Radiográfico. 8 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.

DRAKE, Richard L.; VOGL, A. Wayne; MITCHEL, Adam W. M.: Gray’s anatomia clínica para estudantes. 3 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.

HALL, John Edward; GUYTON, Arthur C. Guyton & Hall tratado de fisiologia médica. 13 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.

NETTER: Frank H. Netter Atlas De Anatomia Humana. 5 ed. Rio de Janeiro, Elsevier, 2011.

MOORE: Keith L. Anatomia orientada para a clínica. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.

SOBOTTA: Sobotta J. Atlas de Anatomia Humana. 21 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.

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